O Retorno da Lenda
Orga, a nau heróica, transcorria seu trajeto clássico, conquistado na Batalha pela Fenda do Lundgren e no Grande Incêndio do Cabaré quando os Basílicos foram confrontar Beagá*. Agora, a Basílica era nação soberana, e seus integrantes precisavam traçar a linha entre amigos e inimigos.
*"osןǝɔǝp ǝɔoʌ" ɐıǝן sıɐɯ ɹǝqɐs ɐɹɐd
A comitiva enviada ao Putêro da Ravena era integrada por Findman, Leaner, e Johan M. Bach. Emissários que tinham uma característica em comum: Os basílicos não se importariam de tê-los longe por um tempo. Não que ter acesso aos recursos, iguarias e potencial humano das Piranhas do Amazonas fosse mais que suficiente para os três embaixadores tivessem sua moral ferida.
E eis que a nau atraca, e o trio começa a desembarcar. Mas jamais imaginavam o que ouviriam ou veriam.
Desde o Grande cataclisma, a tecnologia do mundo reformado caiu para a de uma idade média piorada.... Então aquela moto espacial rosa cintilante foi um choque.
Ela chega com o som de um trovão, flutuando poucos centímetros acima das árvores na longínqua margem oposta do Amazonas, e não se detém pelas águas. Cruza-a como um hovercraft e reduz quase sobre a palafita das obras ainda em andamento do Putêro. O esguicho e as ondas provocadas encharcam os três basílicos.
- “Que tiro foi esse...” – resmunga Johan, dando uma indireta, demonstrando conhecer o idioma nativo do piloto.
Ele era alto, muito alto. Magro como se tivesse zero de gordura. Usava roupas extravagantes, com grande destaque para o colete bolero rosa, última sensação na constelação tri-lambda. O rosto da criatura era alongado e imponente. Ao contrário de outros cervidae, havia a imponência máscula em um abstrato contraste com sua leveza e ... Putaquipariu tô muito veado neste conto hoje.
- Ei! – Protesta mais grosseiramente o Leaner com o piloto que descia da espaçomoto ignorando o primeiro manifesto. – Cê não vai pedir desculpas não, sua bicha?
- Não. – O piloto fala sério, caminhando firmemente na direção do prédio circular onde o Putêro estava instalado.
Findman chega a dar uns passos na intenção de um confronto mais exaltado, sendo detido pelos dois que o seguiam. O misterioso piloto baixa os óculos de sol em formato de coração para encarar os exaltados.
- Baixa a bola um pouco, vaqueiro. – Fala uma voz do interior do Putêro. – Você está a uma decisão equivocada de ter suas tripas arrancadas e enroladas em seu pescoço!
- É isso aí, xerife! – Comemora o jovem Johan, identificando o grande pistoleiro da basílica. – Mostra para essa bicha!
- Estava falando com vocês três... – pontua o Xerife supremo, recostando na parede. – Salve Wes...
Os três embaixadores arregalaram os olhos. Fora piranhas, jamais tinham visto o Xerife demonstrado respeito a outro ser vivo.
- Pensei que você estava morto... – continua o xerife. – Antes mesmo do grande cataclisma.
- Estava morto sim... – o forasteiro fusquia afirma com a cabeça. – Daí fiquei entediado e voltei.
- Esse é o Lendário Wes?!? – Johan lembra das histórias antigas. – Mas falavam que era só um viadinho!
- Sim... – confirma o xerife. – E mesmo assim, vai sair daqui tendo comido mais pepecas que você terá comido em sua vida inteira.
O piloto aproxima-se do xerife, olha em seus olhos, e completa:
- Eu prefiro Cu.
Os três basílicos realizaram onde estavam se metendo. Era um homo intocávelus.
- Eu vim visitar a Mamãe. – Fala enfim o piloto. - Deixar três adolescentes molhadinhos foi só um bônus.
- Mamãe foi para uma... “Coréia do Norte”. – Informa o Xerife. – Foi tentar mais uma vez um tratado de paz com as Piranhas do São Francisco. Rio São Francisco.
- E você, cowboy? – O piloto quebra o pescoço de lado. – Decidiu ser um leão-de-chácara?
- Nhééé... – Supremo atira um cigarro longe. – Ser pago em “Conchitas” até que seria bacana... mas não. Estou defendendo as obras para pagar por termos sido nós quem queimaram o lugar.
- Eu entendo... – fala o piloto, girando em seus calcanhares, dando as costas ao Xerife. – Parece que vim até aqui por nada.... Talvez eu vá para o São Francisco...
- Por que não segue o córrego ao Norte, para ver a Basílica?
Wes deixa escapar um riso de escárnio.
- Eu deixei vocês antes dessa loucura toda, do expurgo e da destruição.... Por que acha que voltaria agora?
- Talvez.... Porque você seja um lembrete de um tempo melhor... – o xerife dá os ombros. – Talvez os Basílicos precisem ver um avatar de um período sem a loucura.
A perna de Wes dá a volta ao redor do lombo cilíndrico de sua moto espacial. Com o punho, provoca o urro agudo dos motores com a aceleração em ponto-morto, e pondera, olhando o Horizonte.
- Norte, você disse? – Ele pergunta com uma piscadela.
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A comitiva enviada ao Putêro da Ravena era integrada por Findman, Leaner, e Johan M. Bach. Emissários que tinham uma característica em comum: Os basílicos não se importariam de tê-los longe por um tempo. Não que ter acesso aos recursos, iguarias e potencial humano das Piranhas do Amazonas fosse mais que suficiente para os três embaixadores tivessem sua moral ferida.
E eis que a nau atraca, e o trio começa a desembarcar. Mas jamais imaginavam o que ouviriam ou veriam.
Desde o Grande cataclisma, a tecnologia do mundo reformado caiu para a de uma idade média piorada.... Então aquela moto espacial rosa cintilante foi um choque.
Ela chega com o som de um trovão, flutuando poucos centímetros acima das árvores na longínqua margem oposta do Amazonas, e não se detém pelas águas. Cruza-a como um hovercraft e reduz quase sobre a palafita das obras ainda em andamento do Putêro. O esguicho e as ondas provocadas encharcam os três basílicos.
- “Que tiro foi esse...” – resmunga Johan, dando uma indireta, demonstrando conhecer o idioma nativo do piloto.
Ele era alto, muito alto. Magro como se tivesse zero de gordura. Usava roupas extravagantes, com grande destaque para o colete bolero rosa, última sensação na constelação tri-lambda. O rosto da criatura era alongado e imponente. Ao contrário de outros cervidae, havia a imponência máscula em um abstrato contraste com sua leveza e ... Putaquipariu tô muito veado neste conto hoje.
- Ei! – Protesta mais grosseiramente o Leaner com o piloto que descia da espaçomoto ignorando o primeiro manifesto. – Cê não vai pedir desculpas não, sua bicha?
- Não. – O piloto fala sério, caminhando firmemente na direção do prédio circular onde o Putêro estava instalado.
Findman chega a dar uns passos na intenção de um confronto mais exaltado, sendo detido pelos dois que o seguiam. O misterioso piloto baixa os óculos de sol em formato de coração para encarar os exaltados.
- Baixa a bola um pouco, vaqueiro. – Fala uma voz do interior do Putêro. – Você está a uma decisão equivocada de ter suas tripas arrancadas e enroladas em seu pescoço!
- É isso aí, xerife! – Comemora o jovem Johan, identificando o grande pistoleiro da basílica. – Mostra para essa bicha!
- Estava falando com vocês três... – pontua o Xerife supremo, recostando na parede. – Salve Wes...
Os três embaixadores arregalaram os olhos. Fora piranhas, jamais tinham visto o Xerife demonstrado respeito a outro ser vivo.
- Pensei que você estava morto... – continua o xerife. – Antes mesmo do grande cataclisma.
- Estava morto sim... – o forasteiro fusquia afirma com a cabeça. – Daí fiquei entediado e voltei.
- Esse é o Lendário Wes?!? – Johan lembra das histórias antigas. – Mas falavam que era só um viadinho!
- Sim... – confirma o xerife. – E mesmo assim, vai sair daqui tendo comido mais pepecas que você terá comido em sua vida inteira.
O piloto aproxima-se do xerife, olha em seus olhos, e completa:
- Eu prefiro Cu.
Os três basílicos realizaram onde estavam se metendo. Era um homo intocávelus.
- Eu vim visitar a Mamãe. – Fala enfim o piloto. - Deixar três adolescentes molhadinhos foi só um bônus.
- Mamãe foi para uma... “Coréia do Norte”. – Informa o Xerife. – Foi tentar mais uma vez um tratado de paz com as Piranhas do São Francisco. Rio São Francisco.
- E você, cowboy? – O piloto quebra o pescoço de lado. – Decidiu ser um leão-de-chácara?
- Nhééé... – Supremo atira um cigarro longe. – Ser pago em “Conchitas” até que seria bacana... mas não. Estou defendendo as obras para pagar por termos sido nós quem queimaram o lugar.
- Eu entendo... – fala o piloto, girando em seus calcanhares, dando as costas ao Xerife. – Parece que vim até aqui por nada.... Talvez eu vá para o São Francisco...
- Por que não segue o córrego ao Norte, para ver a Basílica?
Wes deixa escapar um riso de escárnio.
- Eu deixei vocês antes dessa loucura toda, do expurgo e da destruição.... Por que acha que voltaria agora?
- Talvez.... Porque você seja um lembrete de um tempo melhor... – o xerife dá os ombros. – Talvez os Basílicos precisem ver um avatar de um período sem a loucura.
A perna de Wes dá a volta ao redor do lombo cilíndrico de sua moto espacial. Com o punho, provoca o urro agudo dos motores com a aceleração em ponto-morto, e pondera, olhando o Horizonte.
- Norte, você disse? – Ele pergunta com uma piscadela.
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